Cap. III
- Mãe, abre as mãos e fecha os olhos!
Fechei os olhos e abri as mãos... Senti uma folha grossa sendo depositada nelas e logo pensei logo, é algo que ele fez na escola para o dia das mães.
Ao abrir os olhos, não pude conter o choro, pois no papel estava escrito “Diploma de Datilografia”, e logo abaixo, em letras douradas estava escrito o seu nome.
Sem me dizer nada, você havia pedido para seu tio pagasse o curso de datilografia, mesmo sabendo que eu não queria que você pedisse nada para ninguém.
Mas, desta vez, eu não briguei, você fizera tudo isso para poder me ajudar a datilografar os trabalhos extras que eu trazia para casa. Você se comportara como um adulto, mas tinha apenas 8 anos.
Quando você fez 12 anos seu pai quis voltar para casa e você, exultando de alegria cobrou de mim a promessa feita.
- Deixa o papai ficar, você prometeu.
Como eu havia lhe prometido, deixei-o ficar.
Um dia, ligo para casa e ouço um alô muito sonoro de uma voz masculina. Meio sem graça perguntei:
- De onde fala? Do outro lado da linha, uma risada gostosa:
- Mãe, sou eu, o Edu.
O tempo tinha passado e eu não me dera conta. Você estava com 14 anos e eu não havia percebido o quanto você crescera.
Tempos depois, seu pai bebedo, levantou a mão para me bater, você, colocando-se entre mim e ele, disse-lhe:
- Agora eu sou grande, você não encosta a mão nela!
Seu pai não havia mudado como dissera, continuava bebendo e violento do mesmo jeito.
Daquele dia em diante você foi me defendendo sempre. Isso fez que eu o amasse ainda mais.
Quando lhe falei que queria criar uma sala de bate-papo permanente para portadores de deficiência vc prontamente se dispôs a me ajudar e disse:
- Grande idéia mãe, eu ajudo.
Você me ajudou a mandar muitas cartas, a fazer abaixo-assinados e tantas outras coisas mais complicadas.
Um dia, depois de quase três anos de tantas lutas, frustrada e desanimada comecei a chorar, você chegou pertinho de mim e me abraçou bem forte (mas, desta vez, você não precisou mais subir no sofá, rs) e enxugando minhas lágrimas, disse:
- Mãe você vai conseguir!
Quero lhe dizer que fomos nós dois que conseguimos, sim, nós dois, porque sem você e sem a sua FORÇA eu jamais teria conseguido.
Quando lhe disse que gostaria de fazer um site de encontros, vc sempre pronto para me ajudar, me disse:
- Mãe, eu faço!
Você nunca tinha feito um site antes, mas não se amedrontou. Comprou livros, ligou para amigos e assim com muita força vontade e amor começou a surgir o nosso site, o site "Grandes Encontros".
Com isso você desenvolveu o seu gosto pela informática e, pouco tempo mais tarde, você me chamou:
Um dia você me chamou:
- Mãe, vem ver uma coisa!
Chequei perto do computador para ver do que se tratava.
Você havia feito um site com o meu nome e colocado ali algumas poesias minhas.
Esta surpresa foi feita em 8 de maio de 2000, dia das Mães.
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