28 de abr. de 2009

De mãos dadas com Deus I - Cap V

Por Muriel Elisa T. Niess Pokk

Era preciso muita disciplina para cuidar da minha pequena Rita. Na primeira semana, cada exercício era feito apenas uma vez; na segunda semana, fazia cada exercício duas vezes, e assim por diante, até chegar a dez vezes cada exercício.

Ao trocar as fraldas de Rita, em vez de colocar alfinete, enrolava faixas largas desde os quadris até embaixo dos braços, para que sua coluna ficasse em posição correta. Comprei uma bola, de um metro de diâmetro, para fazer fisioterapia. Uma parte enchi no posto de gasolina, mas o resto acabei de encher no sopro, porque ela totalmente cheia não entrava em casa.

LEIA MAIS:

Parte IV
Parte III
Parte II
Parte I

Deitava Rita sobre a bola e a segurava delicadamente. Balançava a bola para a direita e para a esquerda, para cima e para baixo. Mesmo ela tendo poucos dias de nascida, conversava com ela, dizia que iria ficar boa, que era linda, que era minha princesa. No começo dos exercícios, ela não demonstrava nenhuma reação.

Mas, com o passar do tempo, ela começou a querer se virar para o lado oposto de onde eu virava a bola. A fazer força com a cabecinha para cima quando eu inclinava a bola para cima, e apoiar levemente as mãozinhas na bola para se segurar quando inclinava a bola para baixo.

Voltei a trabalhar quando ela completou quatro meses. Mas isso não me impediu de continuar cuidando dela. Aos 8 meses, comecei a sentá-la no cadeirão para lhe dar comida. Mas ela não conseguia ficar reta e se inclinava para a frente, encostando a cabeça em cima do prato.

Resolvi, então, acomodá-la em uma almofada, entre ela e a mesinha do cadeirão. Deu certo. A almofada impedia que ela se inclinasse para a frente, mantendo-a sentada corretamente. Comecei a lhe dar papinha, mas caía tudo para fora da boca, porque ela não sabia mastigar direito e movimentava sua língua, empurrando-a para fora. Era muito triste ver isso.

Tive a idéia de ajudá-la a mastigar: eu empurrava sua língua para dentro da boca, aí colocava a comida e depois, com carinho, segurava o queixo dela e o impulsionava para cima, impedindo que a língua saísse da boca totalmente. E assim fazia a cada colherada. Busquei novamente ajuda nos livros.

O que achei em um deles foi uma massagem específica, que assegurava dar ótimos resultados. E que ajudaria a manter sua língua dentro da boca, facilitando assim a mastigação.

Em seguida, comecei a executar todas as massagens indicadas:

1. massagem nas mandíbulas, com leves pressões;

2. nas têmporas;

3. rotativas nos encaixes das mandíbulas e leves pressões;

4. embaixo do queixo, com pressões leves, mas na seqüência de começar pelo meu dedo mínimo, passar pelo anular, pelo dedo do meio, indo terminar com o indicador - tudo isso era feito em uma parte de cada vez;

5. abrir e fechar sua boca várias vezes, como se fosse uma mastigação. Acrescentei mais esta massagem às outras que eu já fazia.

Quando tinha um ano e cinco meses, Rita apoiou-se em mim e ficou de pé. Queria começar a andar. A partir desse dia, para ajudá-la a andar, eu colocava uma fralda por baixo dos braços dela, segurava as duas pontas nas costas, firmando-a para que ela conseguisse manter-se de pé sozinha.

Nem acreditei quando vi. Finalmente havia chegado o dia que ela conseguiu andar sem que eu precisasse segurá-la. Mas ela dava alguns passos e caía, por causa dos pés que eram virados para dentro.

CONTINUA

Nenhum comentário: